terça-feira, 3 de agosto de 2010

AVENTURAS DE UM RECENSEADOR


Com o início do Censo 2010, estava eu a lembrar do início da década de 90 quando trabalhei como recenseador. Fiz uma prova classificatória e passei. Logo se deu o treinamento necessário para fazer a contagem dos habitantes e de suas condições sociais. No intervalo da aulas do treinamento havia uma esperança de quanto receberíamos por esse trabalho cívico. Os comentários eram que fulano de tal tinha conseguido comprar um carro ou que outro adquiriu outro bem em Censos anteriores. Estávamos no (des)governo Collor e as perspectivas não eram nada animadoras. Realmente os valores pagos foram bem abaixo do que esperávamos.

Eu tinha outro trabalho e o trabalho do Censo foi um bico que me ajudou muito. Trabalho suado. Pegava nas horas vagas e muitas das vezes só parava às 9 horas da noite. Aproveitava também o sábado, domingo e feriados. Na maioria das casas era bem recebido e pude notar a grande hospitalidade e generosidade do povo brasileiro. Respondiam todo o questionário direitinho. Lembro que de certo número de imóvel havia um extenso questionário para ser preenchido. Ali o IBGE quanticava além dos moradores suas condições quanto a televisores, máquina de lavar, fogão e etc.

Há fatos pitorescos e engraçados que aconteceram comigo nesse trabalho. Estava eu numa manhã ensolarada num bairro bem pobre e numa residência tive dificuldade enorme em fazer as perguntas. A dona da casa não queria de jeito nenhum me receber. Fiquei muito tempo tentando convencê-la a responder o questionário do Censo. Só fui entender do porquê da recusa dela depois da entrevista. Logo que passei para outra rua vi membros de uma religião visitando as casas. A senhora não queria me receber pensando que eu era dessa religião.

Noutra casa, cheia de cachorrros a dona da casa me respondeu meio desconfiada e logo que terminei ela soltou as feras. Por pouco um dos cachorros não me pega.

O Censo é de uma importância tamanha para a cidade. Portanto, devemos receber bem o recenseador e responder seus questionamentos da melhor maneira possível. Os números coletados pelos recenseadores são fatores que nortearão as políticas públicas. Além do número de habitantes saberemos como vive toda uma comunidade e com isso os governos poderão planejar e executar as melhorias para o povo.

2 comentários:

Joaquim Muniz disse...

Legal, caro amigo Arimatéa. Muito oportuna sua postagem. parabéns pela criação e manutenção do blog, que é na atualidade um dos meios de comunicação com excelente repercussão na sociedade.

José de Arimatéa dos Santos disse...

Oportunidade excelente para todo mundo colocar sua opinião. E o melhor é que nossa opinião roda o mundo.