Desde pequenos aprendemos que D.
Pedro I às margens do riacho do Ipiranga em São Paulo proclama talvez a mais
famosa frase dessas terras tupiniquins: “Independência ou Morte”. É um ato
político que faz com que o Brasil comece a andar com suas próprias pernas e se
torna independente de Portugal. Sabemos que não foi tão fácil essa “independência”,
pois foi a partir daí o início da dívida externa. O acordo com a Grã Bretanha
foi de 2 milhões de Libras Esterlinas para que o Brasil fosse aceito como nação
livre.
Independência que apenas
beneficiou as elites que no decorrer da nossa história sempre foi vitoriosa.
Logo após o grito de independência prevaleceu o “status quo” em que não se
mexeu na escravidão e no latifúndio. E com uma política voltada para as
exportações, além de um governo monárquico. E chegando ao hoje o que mudou? O
Brasil é independente? E o povo?
Infelizmente, e mesmo com a pouca
distribuição de renda dos últimos anos, continuamos ainda com a renda da nação
nas mãos de pouquíssimos. A elite brasileira que prefere beijar as mãos do
imperialismo a valorizar a brasilidade e que procura sempre influenciar de tal
maneira para que a maioria da população permaneça na ignorância e não a
questione. Quando o povo vai às ruas como em junho de 2013 e nas greves e
manifestações populares, logo essa elite procura desqualificar a luta do povo
criminalizando os movimentos sociais.
Mesmo não tendo a escravidão institucionalizada,
são latentes as desigualdades e o fosso entre negros e brancos e vale enfatizar
os casos de racismo atuais que se repetem. E o Brasil é um dos poucos países do
mundo que até hoje não realizou de fato a Reforma Agrária e assim o latifúndio
avança sobre as florestas e o meio ambiente já responde a altura tantas
agressões que o homem provoca.
E pra finalizar vivemos uma
democracia representativa em que vale mais o dinheiro que o voto do cidadão. Um
jogo de desiguais que vem desde o grito de D. Pedro I. Eleições caríssimas que
a compra de votos se dá de várias formas e assim se perpetuam no poder as
mesmas oligarquias de sempre. Candidatos endinheirados que agressivamente
sufocam candidaturas de brasileiros éticos e comprometidos na verdadeira
independência do povo e do Brasil. É mais do que urgente que em frente de uma
urna eleitoral possamos digitar nosso grito de independência, cobrar dos
eleitos diuturnamente e transformar o Brasil num país independente e de todos
os cidadãos brasileiros indistintamente.