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José de Arimatéa dos Santos |
Na década de oitenta os
brasileiros nas grandes e médias cidades brasileiras foram às ruas a clamar por
eleições diretas para presidente da República. Estávamos em plena ditadura
militar em que os presidentes da República eram militares e eleitos
indiretamente através do Colégio Eleitoral. O povo brasileiro não tinha esse
direito sagrado de escolher seu presidente da República.
Trinta anos depois o brasileiro
volta a se manifestar e a encher às ruas com um componente incomum em que se
reúnem milhares de pessoas convocadas via redes sociais. Muito interessante e
salutar para o amadurecimento cada vez maior da democracia e da cidadania.
Sinal que alguma coisa aos poucos vai mudando e desperta em cada brasileiro que
só através da pressão para que as melhorias nas condições de vida aconteçam.
O porém de tudo isso atualmente
nas manifestações que acontecem diariamente é que a violência se faz presente.
Quando não é a força policial que acredito está ainda despreparada para grandes
concentrações populares, surgem grupos mascarados a fazer quebra, quebra em
patrimônios públicos e privados. Lamentável em todos os sentidos.
Faz-se necessário encontrar um
equilíbrio para que os cidadãos possam ir ás ruas tranquilos e certos de fazer
história e mudar essa conjuntura de acontecimentos que envergonham a nação
perante o mundo. A violência não se justifica em nenhum sentido. Infelizmente
nessa onda de tanta violência que se abate sobre o Brasil tem ainda pessoas que
torcem e incentivam a violência que beiram a barbárie. E para culminar com tudo
isso aconteceu a lamentável morte de um cinegrafista da tv Bandeirantes.
Se o brasileiro foi ás ruas e
conseguiu derrubar a ditadura militar de “cara limpa” e sem violência a trinta
anos atrás por que hoje não pode fazer da mesma forma? Não dar para compactuar com a violência em
nenhum sentido. Estamos a poucos dias de realizar um grande evento mundial de
futebol que é a Copa do Mundo e é preciso que nas manifestações que certamente
acontecerão não ocorra mais tanta violência.
É importante reforçar e promover
uma cultura de paz. Desarmar os espíritos. A democracia é feita pelos
contrários. Ninguém deve aceitar e muito menos promover o medo e a violência.
Todos nós devemos ter nossa opinião e ter a coragem de expô-la. Respeitar a
opinião dos nossos semelhantes e fazer de tudo para que as liberdades sejam respeitadas.
É assim que se faz uma grande nação em que cada cidadão saiba reivindicar seus
direitos de forma pacífica, contudo firme e forte em seus propósitos.