José de Arimatéa dos Santos |
Por aí se vê que prevalece o sobrenome em detrimento do ser humano, do cidadão e uma verdadeira casta desde sempre "manda" na cidade.
Cidade de uma elite tradicionalíssima e que chega às raias de censurar e proibir a apresentação de peças teatrais. É o que diz o historiador José Airton de Farias em seu livro "História do Ceará" de 2009 em sua 5ª edição, página 385. O fato histórico se refere ao grupo de teatro "Gruta" que nos anos 66 e 68 do século passado fazia caravanas pelo interior do Ceará e a crítica do grupo era em cima da ditadura militar vigente. "A crítica transmitida pelo Gruta fez com que algumas de suas peças fossem censuradas pela Ditadura e uma apresentação em Barbalha proibida." Esse fato da proibição me remete a apresentação cultural do CEB(Centro Estudantal Barbalhense) no final dos anos 80 quando alguns desses da elite barbalhense chegaram a acabar, através da força policial, a manifestação de estudantes através das artes.
E finalmente por si só a cidade é um contraponto em tudo. Tradição da religiosidade católica juntamente com a liberdade do carregamento do "Pau da Bandeira" em homenagem ao padroeiro Santo Antônio em que prevalece a aguardente e a força do trabalhador que traz para a cidade a maior simbologia das festas populares. No dia do "Pau da bandeira" a cidade só é tradicional nos seus casarões que nos remetem ao tempo da escravidão e do senhor de engenho. Talvez daí se explica o apego dessa elite barbalhense por ditaduras e ditadores, não aceitar que o filho do pobre estude e acreditar que somente os rebentos deles podem ser "doutores".
Mesmo assim e mesmo de longe parabenizo minha terra querida onde nasci e a mais de 21 anos estou fora numa esperança que seu povo trabalhador, que é maioria, possa transformá-la e começar fazer uma outra história em que prevaleça o ser humano e sua importância pelo o que cada barbalhense é independente de sobrenome ou posição social. Parabéns, Barbalha!
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